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Processo seletivo, cultura institucional e democratização no IBGE!

A democratização da gestão do IBGE é pauta permanente do nosso sindicato, figurou entre as reivindicações da nossa última greve e foi tema do II Congresso Democrático – realizado no Rio de Janeiro no final de Maio de 2018. O processo de seleção por competências para cargos gerenciais (Chefes de Unidade Estadual e Coordenadores da Administração Central) vigente no IBGE tem um verniz meritocrático que pode iludir numa primeira avaliação, causando a impressão de que as escolhas são imparciais e que todos concorrem em igualdade de condições, mas, como existe um perfil de líder, pré-definido na cultura institucional, e a seleção final é feita pelo conselho diretor, que conta com alguns membros que mais parecem vitalícios, muitas vezes o resultado do processo é totalmente previsível.

Além disso, alguns dos escolhidos pelo processo seletivo acabaram afastados ou punidos, por se envolverem em casos de assédio, sofrendo processos éticos e disciplinares, ou foram alvo de denúncias de servidores, já que a prática de gestão não se moderniza, nem se democratiza.

Assim, por exemplo, o atual chefe da UE-GO foi punido com censura ética, por ter agido em desacordo com nosso código de ética; o ex chefe da UE-TO, depois de graves acusações comprovadas em vídeos, sofreu processo disciplinar e foi afastado da chefia; no Rio de Janeiro, o Coordenador de Recursos Naturais selecionado no processo seletivo feito em 2015 ficou pouco mais de um ano no cargo, pois foi afastado depois de várias denúncias sobre a sua conduta, que levaram a equipe técnica a pedir sua substituição (esse servidor agora se apresentou como um dos candidatos à chefia da nossa UE). Em Santa Catarina, o atual chefe – escolhido num processo seletivo em que praticamente todos já “pressentiam” o resultado – agiu de forma bastante diferenciada, sendo muito rigoroso com alguns e muito brando com outros.

Agora, que estamos diante de processo seletivo para chefe da Unidade Estadual de Santa Catarina, convidamos a todos os trabalhadores da nossa base a refletirem sobre a democracia interna e sobre qual o papel e legitimidade desse processo seletivo. Por que será que apenas três companheiros da UE-SC concorreram? Será que a escolha desta vez será tão previsível quanto foi no último processo seletivo?

A ASSIBGE reitera sua posição pela democratização e eleição direta para os cargos gerenciais, de presidente a chefe de unidade estadual.
Agora, como estratégia para melhorar o conhecimento dos trabalhadores de Santa Catarina sobre o perfil dos que pleiteiam a chefia, estamos propondo uma sabatina com os candidatos que avançaram para a fase final do processo, para que eles possam nos apresentar suas ideias.

SUGESTÃO DE TEMAS PARA QUESTIONAMENTO DOS CANDIDATOS

  • Eleições e gestão participativa
  • Precarização e substituição de efetivos por temporários
  • Assédio moral e sexual
  • Enfrentamento das restrições orçamentárias decorrentes da EC95 (que institui o novo regime fiscal, congelando investimentos por 20 anos)
  • Liberdade sindical, bloqueio de e-mails e organização dos/das trabalhadores

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