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Preservar a vida e os empregos! Nota da ASSIBGE/SC

Diante da nova realidade imposta pela pandemia de coronavírus, das necessárias medidas de quarentena e isolamento social para preservação da vida e do sistema de saúde público e universal, e em resposta às declarações feitas a respeito pelo atual presidente do país, a coordenação do Núcleo de Santa Catarina da ASSIBGE-SN declara os seguintes posicionamentos:

– Repudiamos as declarações anticientíficas e criminosas de Jair Bolsonaro e seus aliados, que cometem grave irresponsabilidade ao exortar as pessoas a sair de casa e abandonar a quarentena, em meio à emergência de saúde pública causada pelo contágio do COVID-19. As palavras do presidente não tem qualquer fundamento além da ganância dos que põem o lucro acima da vida, e ele utiliza de forma oportunista o desespero de milhões de trabalhadores autônomos e informais, cuja condição já se encontra seriamente precarizada em virtude da destruição recente das leis trabalhistas e da previdência social.

– Denunciamos a situação de abandono do povo à própria sorte por este governo em meio à crise do coronavírus, sem qualquer ajuda econômica relevante. Bolsonaro age ao contrário de praticamente todas as outras nações, que encaram com seriedade a crise sanitária e econômica, oferecem pacotes de estímulo a pequenos negócios e autônomos, o auxílio direto à população e anunciam a retomada de investimentos públicos. Aqui, os fundamentalistas de mercado liderados por Guedes e Rodrigo Maia aproveitam-se da situação para aprofundar sua política desastrosa da austeridade fiscal, a qual demonstra como nunca sua face homicida. Denunciamos o subfinanciamento crônico do SUS, cuja gravidade se revela de forma aguda neste momento, o arrocho contra a classe média e o funcionalismo público, e a perversidade de deixar que os pobres sejam sacrificados pela doença ou pela fome em nome de poucas dezenas de magnatas do “mercado”.

Exigimos que a MP 992, a MP dos Saques e da Fome, que utiliza-se da crise para destruir toda regulação das relações trabalhistas, não seja recebida pelo Congresso. Repudiamos outras medidas que tenham teor semelhante e impliquem em perda de direitos e salários. Exigimos uma renda mínima garantida para que as pessoas possam ficar em casa, preservando vidas. Que a conta da crise seja paga pelos detentores de grandes fortunas, e se utilizem os recursos do Estado brasileiro em defesa do povo trabalhador. Nenhuma redução salarial!

No que concerne ao IBGE, somos desde já contrários ao retorno ao trabalho presencial, antes de que órgãos verdadeiramente científicos, como a Organização Mundial de Saúde, ou autoridades reconhecidamente competentes na área da saúde pública suspendam a recomendação de quarentena e isolamento social. A vida está acima do lucro!

– Defendemos e vamos lutar para que a garantia de emprego, fundamental para a superação da crise, se estenda a todos os trabalhadores do IBGE contratados em regime temporário, inclusive os censitários. Nenhum contrato deve ser encerrado enquanto durar a crise! Também reafirmamos nossa denúncia da precariedade desses contratos, que é razão de sua vulnerabilidade nesta situação. Somos pelo fim do aditamento mensal ou trimestral, e pela extensão de todos os direitos aos temporários!

Também defendemos que sejam criadas melhores condições de trabalho remoto, com plano de trabalho específico e objetivo para cada servidor, maior estabilidade dos sistemas de informática, e garantia de que ninguém seja penalizado nas avaliações de desempenho por dificuldades de acesso à rede, e pelos problemas frequentes nos sistemas do IBGE, aliás, corriqueiros já desde antes da pandemia.

– Estamos estudando formas de propiciar debates e um ambiente para deliberações envolvendo toda a categoria, de forma a preservar o princípio democrático e participativo que guia as ações do sindicato mesmo em tempos de isolamento social. Conclamamos todos/as a colaborar com sugestões neste sentido, e interagir conosco em nossos canais habituais: site, e-mail e a página do Facebook.

Por fim, mandamos um caloroso abraço, ainda que a distância, para todos os trabalhadores/as do IBGE em Santa Catarina. Cuidem-se, fiquem em casa. São tempos de cultivar os valores que sempre defendemos: a solidariedade, o respeito à vida e a luta pela construção de uma sociedade mais justa.

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