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Em cenário de insegurança para trabalhadores do IBGE, direção insiste em simular normalidade

O Presidente da República comemora a suspensão de uma pesquisa para desenvolvimento de vacina contra a Covid19, fala em uso da pólvora e em “país de maricas”, demonstra que só tem olhos para política eleitoral e segue desgovernando o país, que acumula mais de 160 mil mortes pela Covid19.

Enquanto isso, fomos convocados para uma reunião que se configurou num autêntico show de vaidades e que parecia tratar de outra conjuntura, de um universo paralelo, um mar de rosas. Lembremos porém que o IBGE não é uma ilha, que a alienação é um mal terrível e que o pior cego é o que não quer ver!

Vivemos tempos tristes e perigosos, e nem podemos considerar que a Covid19 seja nosso mal maior, já que o (des)governo tem se portado de forma até mais virulenta.

Crescem a desigualdade e a fome. Nesse cenário, não é aceitável que uma pessoa da direção do IBGE associe o menor desemprego com a dificuldade de contratação e permanência de temporários. Sim, para quem não notou, essa associação foi feita ontem na reunião por Maria Vilma Salles, Coord. Operacional do Censo 2020, que já afirmou na imprensa que “o desemprego é ruim para o Brasil, mas é bom para o IBGE”, pois, na sua lógica infeliz, facilita a contratação e permanência de APMs.

A presidente, indicada pelo “ministro do desmonte”, o parasita Paulo Guedes, falou em democracia e cidadania, mas não tem praticado isso na sua gestão e vem evitando se reunir com o sindicato. No âmbito da UE não tem sido muito diferente, já que nossos ofícios têm permanecido sem respostas por parte do Chefe, em sua relação com o Núcleo SC da ASSIBGE.

Acreditamos que o IBGE não seja uma marca, mas sim uma instituição que, assim como muitas outras, tem sofrido assédio do próprio chefe do executivo, que vira e mexe questiona nossas metodologias.

Inaceitável ainda que o Sr. Cimar rasgue elogios ao interventor da DPE, falando em trabalho além do horário, como se isso fosse algo bom. Não é! Isso adoece e empobrece o trabalhador, por isso deve ser combatido.

O IBGE acaba de lançar um edital de processo seletivo, numa franca expansão da política de precarização, abrindo acesso a cargos de supervisão, antecipando o que pode vir se a infame reforma administrativa for aprovada. Isso, que nos parece de suma importância para quem se preocupa com o futuro da instituição, não estava na pauta.

Depois de horas de elogios e propaganda, os representantes da direção só trataram do retorno parcial ao trabalho presencial (tema de maior importância no momento), que vai seguir protocolo elaborado por uma força tarefa de composição desconhecida, quando provocados por uma pergunta. O sindicato não foi chamado para o diálogo e repudia fortemente mais essa prática antidemocrática da direção.

Em Santa Catarina, principalmente na Grande Florianópolis, o número de casos e de mortes por Covid19 está crescendo, com risco de saturação do sistema de saúde, o que nos parece inviabilizar qualquer retorno presencial das pesquisas domiciliares. Isso nos parece temerário, mas esse assunto não foi tratado nem pela presidente, pelo chefe da UE ou por qualquer outro representante do Conselho Diretor.

Precisamos de motivação e união para trabalharmos na defesa dos serviços públicos como um todo, e do IBGE em especial. Mas uma reunião descolada da realidade, como a que fomos obrigados a ver, não serve pra isso.

O sindicato está trabalhando com as demais categorias de servidores públicos, na luta para barrar a reforma administrativa. Também não vamos aceitar aventuras de expor a parte mais frágil do nosso quadro funcional ao risco de contágio.

Continuamos lutando por um IBGE público e livre de intervenções, contra a precarização e por condições de trabalho seguras e saudáveis. 

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