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Bolsonaro e Guedes seguem com a destruição do Brasil e a “Reforma Administrativa”

Atingido de maneira sem precedentes por uma pandemia mortal combinada com uma crise econômica e um governo que trabalha ativamente contra o país, o povo brasileiro tem mais uma grande ameaça no horizonte: a PEC 32/2020, enganosamente chamada de “Reforma Administrativa”. A proposta, criada por Paulo Guedes a mando dos ricos e tida por Bolsonaro como prioridade, atinge diversas garantias constitucionais conquistadas com suor, sangue e luta da classe trabalhadora.

Junto com as já aprovadas EC 95 – a Emenda da Morte –, a Reforma da Previdência e a Reforma Trabalhista, estas medidas pautadas na cartilha do neoliberalismo desmontam o serviço público, os direitos da população e as condições mínimas para uma vida digna.

A justificativa para a Reforma Administrativa é a “austeridade”, uma suposta receita mágica para salvar a economia. No entanto, sua eficácia é igual à das como as medidas anteriores: nada fizeram para recuperar a economia brasileira, apenas aprofundando o quadro de crise e recessão.

Outra falácia usada para defender a Reforma é que ela acabaria com supostos “privilégios”. No entanto, a imensa maioria dos servidores públicos não é de maneira alguma privilegiada, tendo que trabalhar em condições precárias, com verbas cada vez menores e demandas cada vez maiores. Já os poucos reais privilegiados, como quem ocupa cargos na Magistratura e nas Forças Armadas, não serão afetados.

Não há dúvida de quem são os beneficiados por ela: a burguesia, que busca aumentar suas margens de lucro enquanto o povo sofre e morre.

Entre as medidas propostas, estão:

  • Criação de diversos tipos de vínculos para servidores públicos, com menos direitos, maior facilidade para demissões e diferentes normas para entrada
  • Restrição da estabilidade dos servidores públicos
  • Ampliação de contratações temporárias e terceirizações
  • Precarização das condições de trabalho
  • Restrições à licenças, férias, remunerações, gratificações, inclusive com autorização para redução de jornada e salários – hoje proibida na Constituição
  • Extinção do Regime Jurídico Único (RJU)
  • Piora nos critérios para aposentadoria
  • Facilitação nas indicações de “apadrinhados políticos” para cargos de confiança
  • Ampliação dos poderes presidenciais para extinção e desmembramentos de Ministérios, órgãos e cargos, inclusive do IBGE
  • Ampliação da influência da iniciativa privada e empresários no serviço público, sob forma de parcerias
  • Restrição dos meios governamentais para intervir na economia
  • Redução das prerrogativas do Estado, atuando apenas onde a iniciativa privada não tiver interesse, escancarando as portas para desregulações, controles precários, baixa qualidade e atuação baseada apenas no lucro – ignorando critérios como segurança mesmo em áreas essenciais, como nos transportes

No somatório geral, esta Reforma – mais apropriadamente chamada de Contrareforma ou Demolição Administrativa – aprofunda os processos de precarização do serviço público, reduz as condições de trabalho e para atendimento, dá mais poder ao presidente e amplia margens para acordos escusos com empresários e aliados políticos.

No cenário de crise e desemprego atual, a Reforma é ainda mais grave. Já na miséria, o povo fica sem atendimento, sem acesso aos serviços públicos e sem seus direitos básicos! Um brutal ataque que reforça o caráter genocida do governo Bolsonaro-Guedes.

Não bastasse tudo isso, o governo apresentou mais uma proposta violenta: a PEC 186, a “PEC Emergencial”. A proposta tenta colocar o povo de refém e condicionando o retorno do auxílio emergencial – fundamental para buscar medidas reais de isolamento para barrar a pandemia – a retirada de recursos para saúde, educação e segurança, que teriam seus repasses obrigatórios retirados da Constituição.

Para barrar todos estes ataques, é preciso muita mobilização e organização da classe trabalhadora, lutando contra estes retrocessos e buscando avançar nos direitos!

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