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Assembleia do Núcleo Sindical de Santa Catarina rejeita Censo em 2021 e trabalho de campo durante a pandemia!

No dia 18/03 o Núcleo Sindical de Santa Catarina realizou uma Assembleia Geral, com participação ativa de cerca de 40 trabalhadores e trabalhadoras. Na pauta estavam questões muito importantes para o momento, como as perspectivas para realização do Censo Demográfico ainda em 2021 e a pressão da direção pela retomada do trabalho de campo, mesmo com o agravamento da situação da pandemia de COVID-19. Também foram apresentados informes sobre os movimentos organizados contra a PEC 32 – de destruição do serviço público – e nossa participação junto ao Fórum Estadual dos Servidores Públicos.

Debate

O debate sobre o Censo 2021 foi bastante rico e extenso, com depoimentos de trabalhadores de diferentes regiões do Estado e áreas do IBGE. Todos apresentaram as dificuldades que estão vivenciando já no planejamento do Censo, e foram convergindo para o entendimento comum de que não há condições para realização do Censo em 2021.

Conforme foi lembrado nas falas dos companheiros e companheiras na assembleia, a operação censitária já vinha sofrendo com vários problemas orçamentários, com cortes de gastos e cortes no questionário que colocaram em dúvida a qualidade e a possibilidade efetiva de sua realização. Agora com o estágio em que estamos na pandemia do Covid 19, com o sistema de saúde colapsado e sem perspectivas de uma vacinação rápida e efetiva da população, ficou fortalecido o entendimento de que a realização do Censo neste ano é totalmente inviável. Destacou-se também o crescente movimento pelo adiamento do Censo dentro do IBGE, como posicionamentos dos servidores da Avenida Chile, o movimento dos Coordenadores de área do Censo que iniciou no Rio Grande do Sul e das Supervisões de informática.

Os relatos de trabalhadores de algumas agências com relação a isso ressaltaram dificuldades em colocar o Censo em campo, por conta das condições físicas e sanitárias, problemas com os espaços cedidos pelos municípios, problemas em organizar toda a estrutura do Censo em um momento tão complicado pela pandemia, realizar visitas, reuniões, receber equipamentos etc. Ficou claro que toda a logística do Censo estava comprometida.

No debate seguinte, sobre trabalho de campo, foram feitos vários questionamentos sobre a liberação para coleta de telefones em campo. Da mesma forma como no debate do Censo, constatou-se que não há a menor condição de mandar a campo com segurança nossos servidores e servidoras, pois estamos em plena crise sanitária por conta da pandemia. Não existe protocolo de segurança que nos garanta total condição de trabalho sem que tenhamos o risco de contaminação e não temos leitos em hospital para tratamento de qualquer problema de saúde.

Também foi levantado o problema da falta de diálogo com a direção da UE/SC do IBGE. Em nenhum momento os representantes dos trabalhadores foram chamados para conversar sobre o Censo, trabalho presencial ou a situação da pandemia. Pedidos de reuniões e de esclarecimentos enviados pelo sindicato são completamente ignorados. Não há qualquer diálogo, e a direção mostra não prezar qualquer valor democrático.

Deliberações

  • A assembleia se manifesta contrária a realização do Censo em 2021;
  • Produção de uma carta de Santa Catarina contra a realização do Censo em 2021, aberta à adesão de assinaturas;
  • Convocação de uma reunião do sindicato com o Gabinete da UE/SC, para conhecer o posicionamento da UE em relação a realização do Censo em 2021 e o trabalho de campo em plena pandemia;
  • Que a liberação do trabalho de campo e risco sanitário seja pautado na reunião com o Chefe da UE/SC e que se busque uma diretriz estadual que restrinja a coleta em campo, com indicadores como o grau de risco e nível de ocupação de leitos nos hospitais para cada região.
  • A assembleia se coloca contrária ao trabalho de campo para qualquer atividade neste momento;
  • Em caso de recusa da reunião pelo Chefe da UE/SC, ou caso o pedido de reunião seja mais uma vez ignorado, esse fato deve ser divulgado amplamente para nossa categoria;
  • Exigir EPIs de melhor qualidade para quando pudermos voltar a campo com a situação da pandemia sob controle;
  • Realizar uma enquete para percepção dos riscos e condições de segurança.

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