Malote Sindical #03 – 19/05/2021
Trabalhadores e trabalhadoras do IBGE em Santa Catarina, esta é edição de maio do Malote Sindical!
Nesta edição você confere como foi a pesquisa com os trabalhadores e trabalhadoras do IBGE em SC e suas percepções sobre a pandemia e atividades presenciais, um artigo sobre as mudanças na presidência do IBGE e os Telegramas, com recados sobre a nova gestão, os indicadores de RH e a ausência de concursos públicos.
Leia, comente, e envie seu texto para o Malote Sindical! Vamos amplificar a voz da resistência ibegeana! Saudações do Núcleo Sindical de Santa Catarina.
Pandemia fora de controle e sem condições para trabalho de campo e atividade presencial são as conclusões de trabalhadores do IBGE em SC, segundo pesquisa do Núcleo SC
Pesquisa realizada pelo Núcleo SC – ASSIBGE/SN mostra que entre trabalhadores do IBGE em SC, 96,4% consideram que a pandemia está fora de controle e 91,1% acreditam que não existem condições seguras para trabalho de campo e atividade presencial. A pesquisa contou com 56 respondentes. Estes resultados mostram a preocupação dos servidores com a dura realidade da pandemia de COVID-19, que já causou mais de 400 mil mortes no país, e a resistência à pressão da direção para o restabelecimento do trabalho presencial e de campo. Leia a nota completa no link!
Seis por meia dúzia – Eduardo Rios Neto dá continuidade ao conto da carochinha dentro do IBGE
No início de 2018, quando Susana Guerra foi nomeada presidente em nossa instituição, alguns ibgeanos defenderam sua nomeação. Era o início do catastrófico governo Bolsonaro, tendo à frente do ministério que hoje abriga o IBGE nada menos que Paulo Guedes – o exterminador de funcionário público. Porém, mesmo com todas as evidências do que viria pela frente, não se sabe se por ingenuidade, alienação, esperança ou afinidade ideológica com o atual governo ou, ainda, talvez impressionados pela juventude, pelo currículo da nova presidente (afinal MIT e Harvard pesam, right?) e pelo brilho de seus olhos escutou-se um “deixem-na trabalhar!”, como se um morcego pudesse parir um panda… Confira o artigo completo!
Telegramas
POSSE DO NOVO PRESIDENTE | Em 29 de Abril tomou posse oficialmente como presidente do IBGE o demógrafo e professor aposentado Eduardo Rios-Neto. No IBGE desde 2019, quando trazido como assessor da gestão interventora de Susana Guerra, Eduardo Rios-Neto iniciou sua carreira na instituição em meio ao primeiro corte orçamentário do Censo, quando foi determinante para emprestar um verniz de justificativa “técnica” à tesourada de Guedes e cia. Ainda que se possa ao menos, com muito otimismo ibegeano, louvar o fato de ser um estudioso sério do campo da demografia e estatística (o que pode parecer muito no governo tresloucado de Bolsonaro) fato é que Eduardo Rios-Neto não cumpre ao menos dois requisitos indispensáveis para o cargo, ao nosso ver: ser servidor do IBGE e ter sido eleito pelos trabalhadores e trabalhadoras. Supreendentemente, a Executiva Nacional do sindicato chegou a saudar uma hipotética “nova fase” de diálogo com ele na presidência. Com todo respeito aos companheiros e companheiras, não entendemos essa avaliação e discordamos totalmente. Rios-Neto era parte fundamental da gestão de Susana Guerra/Paulo Guedes. É redundância, mais do mesmo, seis por meia dúzia e chuva no molhado. Continuaremos lutando por democracia e por eleições diretas no IBGE, sem nomeações políticas para a presidência!
QUADRO CATASTRÓFICO NOS INDICADORES DE RH | A CRH publicou em abril mais uma síntese dos indicadores de RH. A publicação é uma boa iniciativa no âmbito da transparência na administração pública e do direito à informação. O que não parece é que a instituição como um todo, e a própria CRH, estejam extraindo todas as graves e necessárias conclusões de seu conteúdo. O quadro apresentado nessa síntese, como nas anteriores, é catastrófico. O declínio do quadro de servidores ativos é constante, e mesmo o número cada vez mais reduzido de ativos conta em suas fileiras com 25% de “aposentáveis”, muitos dos quais tendem a sair depois do Censo. A “opção” de sucessivos governos em substituir essa mão de obra por trabalhadores temporários não resolve em nada esse êxodo de trabalho e conhecimento acumulado em décadas, e equivale a tentar tapar o furo no casco da embarcação com fita crepe. É de se perguntar se os “gestores” da nova geração de concursados que hoje ocupam cargos diretivos, tão afeitos a comparações com a iniciativa privada, investiriam numa “empresa” que tivesse essa política desastrosa de pessoal… Precisamos urgentemente de concursos e reposição de quadros, ou o futuro do IBGE estará completamente comprometido!
FALTA DE CONCURSOS E DE LÓGICA | E por falar em concurso público, ou na ausência dele, no dia 02 de maio ocorreu mais um Processo Seletivo Simplificado para reposição de mão de obra temporária, os Agentes de Pesquisa e Mapeamento. A novidade esse ano eram as vagas para “supervisores temporários”, mais uma etapa do sucateamento descarado da instituição, em que o trabalho precarizado passará a compor também a supervisão das pesquisas nas agências. As informações que tivemos aqui no Estado de Santa Catarina são de uma abstenção de mais de 50%, o que, mesmo considerando a pandemia, demonstra que o modelo canalha de apostar no desemprego e agravamento da situação social para contar com mão de obra barata cativa no IBGE pode estar se esgotando. Grande parte desses candidatos era também composta de egressos do IBGE, os quais muitas vezes tem que torcer para ir mal na prova para serem chamados só depois da “quarentena” da contratação, o que evidencia a completa falta de lógica desse modelo de seleção, e o urgente debate em torno da natureza do trabalho temporário e da extensão de direitos aos colegas trabalhadores e trabalhadoras temporários/as.